Título: Norusca, um fusca na banguela
Que saudade da minha infância nas cadeiras cativas do Alfredo de Castilho:
75,76,7,78, 79, 80.....1981, meu pai, dentista, mostrando os dentes de
alegria ao ser diretor do Noroeste. Colocando dinheiro e nunca tirando
como canalhas atores que se dizem noroestinos doentes. Doentes em meter a
mão no clube, chorarem lágrimas cifracionais. 82,83,84, apelido de
Iô-Iô, adorava brincar desse brinquedo. Brinquedo chamado Noroeste, em
que cada hora vinha um testar, mas ele
caía e subia. 85, Osmair, 86, 87 o melhor time que já vi: Everton,
Edinho, Vitor Hugo, Amarildo e Jacenir; Marcio Araújo, Vadinho e Lívio;
Chico Espina, Rodinaldo e Baroninho. Era de Marco Antonio Patah Batista,
o pool de empresas, sem as mãos de bingo, jogo tão sujo como o Pocker
(porcker!), que chega a Bauru, por mais oportunistas - cassinos
clandestinos atrás do BTC, justiça de Bauru se fazendo de morta, prendem
máquinas de caça-níqueis, fecham bingos e divulgam e jogam carteados, a
dinheiro sujo.
Mas voltando ao Noroeste: 1988, Ronaldo Marques, o
goleador, 89, 90, 91, Caio Coube, mais um vitorioso, Baroninho na equipe
de base e o maior craque que joguei a favor e contra: Marcelo Laborda,
seria no mínimo um novo Zico. 92,93 e passa até 2006, outro timaço. E
Damião se cansou, Bauru se cansou, estádio abandonado, 2014, Bauru
província, dona onça é o destaque "positivo" e o Noroeste, como num
faroeste, toma o tiro fatal: Quarta divisão a vista, Norusca, o fusca na
banguela perde-se de vista, a administração e a retrospectiva não é
revista, pagam-se os jogadores à vista?
Que vergonha, eu, Sinuhe,
meu pai, Reynaldo Grilo e poucos outros torcedores de verdade estamos de
luto. Não há luta mais! Bingo! Deu número 13, a maquininha vermelha,
como a ferrovia, a estação, os trilhos e os trens descarrilharam. Não
adianta chamar a Dilma, nem ir a Bolívia trazer trilhos recheados, nem o
maior dos Bidus. O futebol de Bauru virou vudu!
GUTO GUEDES, poeta, escritor e compositor.
quarta-feira, 26 de março de 2014
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