quarta-feira, 26 de março de 2014

Nuvens de amor

O tempo não nublou por acaso
Você não pode mais ser meu caso
As nuvens se formam em corações
Tenho medo da suas ações

Noite fria, quarto de hotel
Praia, Mar, sinto o seu mel
O vento equilibra minha mente
Só não goza quem não sente

O veneno saindo pelos poros
Só conto para você aonde eu moro
Me escondo das piriguetes de sempre
Não te dei um filho, que me lembre

O amor flutua na minha mente
O coração bate e nunca mente
Que dó ver seu espírito deprimente
Mas sinto que errar é ser inocente

GUTO GUEDES
Nós

Nós em nossa cabeça
Nós nos amando na cama
Pós com o bolo na mesa
Pós uma deusa de pijama

GG
Título: Norusca, um fusca na banguela

Que saudade da minha infância nas cadeiras cativas do Alfredo de Castilho:
75,76,7,78, 79, 80.....1981, meu pai, dentista, mostrando os dentes de alegria ao ser diretor do Noroeste. Colocando dinheiro e nunca tirando como canalhas atores que se dizem noroestinos doentes. Doentes em meter a mão no clube, chorarem lágrimas cifracionais. 82,83,84, apelido de Iô-Iô, adorava brincar desse brinquedo. Brinquedo chamado Noroeste, em que cada hora vinha um testar, mas ele caía e subia. 85, Osmair, 86, 87 o melhor time que já vi: Everton, Edinho, Vitor Hugo, Amarildo e Jacenir; Marcio Araújo, Vadinho e Lívio; Chico Espina, Rodinaldo e Baroninho. Era de Marco Antonio Patah Batista, o pool de empresas, sem as mãos de bingo, jogo tão sujo como o Pocker (porcker!), que chega a Bauru, por mais oportunistas - cassinos clandestinos atrás do BTC, justiça de Bauru se fazendo de morta, prendem máquinas de caça-níqueis, fecham bingos e divulgam e jogam carteados, a dinheiro sujo.
Mas voltando ao Noroeste: 1988, Ronaldo Marques, o goleador, 89, 90, 91, Caio Coube, mais um vitorioso, Baroninho na equipe de base e o maior craque que joguei a favor e contra: Marcelo Laborda, seria no mínimo um novo Zico. 92,93 e passa até 2006, outro timaço. E Damião se cansou, Bauru se cansou, estádio abandonado, 2014, Bauru província, dona onça é o destaque "positivo" e o Noroeste, como num faroeste, toma o tiro fatal: Quarta divisão a vista, Norusca, o fusca na banguela perde-se de vista, a administração e a retrospectiva não é revista, pagam-se os jogadores à vista?
Que vergonha, eu, Sinuhe, meu pai, Reynaldo Grilo e poucos outros torcedores de verdade estamos de luto. Não há luta mais! Bingo! Deu número 13, a maquininha vermelha, como a ferrovia, a estação, os trilhos e os trens descarrilharam. Não adianta chamar a Dilma, nem ir a Bolívia trazer trilhos recheados, nem o maior dos Bidus. O futebol de Bauru virou vudu!

GUTO GUEDES, poeta, escritor e compositor.
Bate o sinal

Soam-se os sinos, é o intervalo que chegou
Saem as meninas e os meninos
Mais uma aula se acabou
Bate o sinal, mais um conhecimento que se esvai
Saem-se os espíritos (puros e rebeldes)
Não batem palmas para um pai
Pai da língua portuguesa, filho da gramática
O Sino, êêêêêêêêê, saudade da aula do Sinuhe.....
Não tenha medo aprendizes, não é matemática
Interativo, Objetivo, Criativo, Festivo
Um nariz expira conhecimento e imaginação
Didático, dócil, artista das letras, marujo preciso
Soa-se os gongos, sua face é do Stallone, o Rocky,
O Rambo, o Falcão, o goleiro do Pelé?
Não sei, só sei que tudo sei, ele é puro rock!
Mas a luta nunca acaba, pois a gramática é para os fortes
Poucos a ensinam, muitos a abominam (Lula, Dilma), outros a distorcem(Michel Temer, Collor)
Afinal de contas, saber escrever corretamente: é independência ou morte?
GUTO GUEDES, poeta e escritor